Milhares de olhos a ela se dirigem
na esperança de observar o fenómeno, cada vez menos estranho.
Mas, os meus olhos buscam a Lua numa missão oculta:
- de pousarem nela, no instante preciso
em que os teus também lá poisem e assim, 
retornar o mundo uns anos atrás. 
A Terra, no seu movimento de rotação
Levou-me o teu olhar, o teu corpo
que jurei honrar na sua pureza integral
Afastou-me de ti, entregando-te a outro desígnio
que volto a honrar e respeitar
Matando-me de uma forma, recusou-se a matar-me da outra
deixando-me neste mundo, a esvair-me ...de ti
sem perceber o porquê, desta crueldade.
Eu só queria acordar e olhar-te e reconhecer a alvura
do teu rosto, do teu sorriso, da tua presença
e deixar o meu coração festejar com a primavera do teu ser.
Mas...só a Lua me pode dizer, se a olhaste ontem,
quando eu te quis olhar e recordar 
e poder dizer-te: -olá sê feliz, aí onde estás!
Tenho saudades tuas!

O problema é este: faz um calorão e o que me apetece é estar no fresco, na frescura das sombras e das bebidas regeneradoras, na frescura das ideias e opiniões, na frescura de coisas boas e cativantes, na frescura dos sentimentos. O que tenho cá fora? - O mesmo de sempre: O calorão, os políticos, as políticas, as mesmas ideias, o mesmo palavreado, os mesmos programas televisivos,a mesma intriga e a mesma inveja! - O que fazer? - Descer, descer às profundezas da Terra, porque, todo o lixo tóxico, as poeiras dos vulcões, os gases venenosos e as almas dos puros e dos impuros sobem, sobem em direcção aos céus.
ResponderEliminarEste já não é um planeta ... é um centro de refugiados. O que resta do planeta Terra já pouco se adivinha. Se houvesse uma montanha, longe, isolada, onde pudesse encontrar-me com Zaratustra ... iria ter com ele ...para que me dissesse o que se está a passar com o ser Humano ...
A Paz está em vias de extinção. Os seus amantes e seguidores já só se limitam a contar as estórias de quando ela existia e nos transmitia aquele sentimento de humanidade. Em seu lugar, veio o capitalismo selvagem e este, não tem o "longo prazo" para causar entusiasmo. Este, devora tudo, até o pobre café antigo também ele, simbolo de um capitalismo ultrapassado. A única paz que pode haver é aquela que transportamos connosco, no nosso peito!
ResponderEliminarVou dizer uma barbaridade mas, é o que penso e faz parte da minha intervenção cívica. Como decerto estarei errado, os mais esclarecidos far-me-ão ver com mais lucidez:
ResponderEliminarAceitaria que fosse atribuída uma subvenção vitalícia a um quadro, estritamente necessário ao Estado e carente dele que, na vida privada, tivesse um reconhecido e universal sucesso na sua área de trabalho e que viesse dar um contributo inestimável e necessário no âmbito governativo.
Não aceito que alguém ou saído de uma universidade directamente para um partido e dali para um lugar na Assembleia da República, sem competências reconhecidas suportadas em anos de trabalho na sua vida particular ou alguém, frustrado por não atingir lá fora limites de notoriedade especial, venha procurar "emprego" no Estado e faça os demais cidadãos que não gozem do mesmo privilegio, pagarem subvenções vitalícias a alguém que só intervém temporariamente levantando o braço de acordo com a disciplina partidária de que é oriundo.
Os "políticos" que temos, mais não são do que um grupo de indivíduos que se alapam ao Estado para sobreviverem, pois que na vida privada e de trabalho não fariam nunca caminho. Mas, perante a passividade do Povo, que é afinal quem lhes paga a sobrevivência, estes senhores, dão-se ao luxo de extrapolarem as suas regalias ... querem-nas vitalícias, pagando-se do facto de estarem de ano para ano a levar o país à falência, por acção directa e por algumas decisões lesivas que tomam. Mas há quem apoie tudo isto, mesmo aqueles que não usufruem nada de nada ...
ResponderEliminarOi Vera: já nada me espanta. O exercício do poder, nos dias que correm, seja em que latitude for, está eivado de arbitrariedades diversas. O que antes poderia ser uma bizarria própria de certas latitudes, hoje, é um senso comum bastante preocupante e abrangente. A chegada dos chineses ao Ocidente, trouxe com eles a sua maneira de ser e estar numa China superlotada. Para manter essa sociedade, é preciso sacrificar direitos, vidas e enchê-la de deveres inconcebíveis. A velha Europa já se está a assemelhar a uma qualquer localidade própria e oriunda da idade média, dos tempos modernos. A crise não é da falta de dinheiro. A crise é de valores
ResponderEliminar9 de Junho de 2012 às 23:17 · Gosto · 2
Já me apercebi há algum tempo, que estamos em plena 3ª guerra mundial. Contudo, ela não é muito perceptível aos olhos de muita gente, habituada que está, às guerras do passado, em que um exército se defrontava com outro ou outros exércitos, num determinado local e com o armamento convencional. Hoje a guerra é bem o espelho das alterações que se verificaram no mundo, desde a sofisticação do armamento, como a sofisticação tecnológica e a sofisticação motivacional. Hoje trava-se uma guerra global em que os beligerantes estão postados longe uns dos outros e agridem-se com a mesma ferocidade que anteriormente. O mundo já está a arder, só que, aos bocados e aos poucos. Vai ainda demorar algum tempo até que todos nos apercebamos que a raça humana ao ter extinguido muitas espécies que habitavam o Terra, está agora a extinguir-se a ela própria.
ResponderEliminarSábado: Chove e o ribombar dos trovões acorda-me: Como tenho que ir trabalhar...não posso gozar em plenitude, na cama, aquela preguiça que sabe tão bem fazer, quando chove.
ResponderEliminarDeleito-me entretanto, bem enroladinho nos lençóis , até às 6,30 e depois sigo o curso da minha vida.
Grande irritação, porque está a chover, o meu pessoal pensou... e muito bem... que não deveria vir trabalhar! Mas... fiz-lhes ver... que essa não é, nem de perto nem de longe...uma atitude correcta. Ralhei com eles, mesmo sabendo que muitos, vêm de longe, as estradas estão encharcadas, há água por todo o lado, os táxis das motos, não conseguem passar as barreiras...enfim! Compreendo a posição deles, mas Angola não pode parar porque...chove!
Estava eu nessa irritação...quando de repente...surgiu o SOL! Alguém me chamou... estava um cavalheiro cá em baixo que queria falar comigo: desci e... bom dia ... é o sr Pedro? Sou sim faz favor....ora tome lá um abraço...e abraçou-me fortemente...eu intrigado, aceitei o tal abraço de um estranho e... - Este abraço...diz ele...é do Paulista!
Quando ouvi pronunciar aquele nome... retribuí o abraço agora mais fortemente e...fiquei muito feliz...tal como se estivesse a dar o abraço ao próprio Paulista! Estivemos ali a falar do nosso amigo e calculem: fiquei deveras satisfeito, feliz e as irritações anteriores desvaneceram-se como que por milagre! O Paulo Santos despediu-se sem antes me confidenciar certas coisas....
Agora, estou mais que angustiado... estou triste... o sol eclipsou-se por completo e já não consigo disfarçar a tristeza que me vai na alma: só consigo perguntar: porquê? Meu Deus, porquê? E se Deus me ouvir e me conceder o pedido da minha prece então... o sol voltará a brilhar e eu serei novamente um homem feliz.
A todos os meus amigos, desejo este, e muitos, muitos outros dias, com saúde e boa disposição.... Façam-me o obséquio de serem ... como são!
Perspectivas
ResponderEliminarAproveitando a mudança de hora, o sol radioso e quente da manhã, fui fazer a minha caminhada através dos canteiros das salinas da Ria Formosa. Há uns tempos para cá que me cruzo com muitos estrangeiros mas hoje, foi por demais. Imensos homens e mulheres reformados, vieram usufruir das condições climatéricas excelentes que ainda por cá temos e, não é o sol o único requisitado. Munidos de binóculos, monóculos, telescópios e se calhar microscópios e máquinas fotográficas de diversas marcas, é vê-los em constantes filas pelos caminhos em observação dos flamingos, cegonhas, gaivotas, patos, um sem número de outras aves e os pequenos caranguejos que se escondem à nossa passagem. Eu também aprecio muito esta actividade e já tenho milhares de fotos destes locais. Admira-me o facto de não ver quase ninguém naturais destas redondezas, a interessarem-se também por estas coisas
Ainda a polémica com a CGD
ResponderEliminarVivemos numa sociedade globalizada e os fenómenos verificados numa parte do mundo, depressa se estendem à outra parte. Nesse mundo global, há prática de remunerações elevadas a quadros tidos como de grande capacidade técnica e gestão, em certas sociedades avançadas. A nossa, consideravelmente aberta, onde as pessoas nascem em famílias de rendimentos mais baixos, podem ter uma perspectiva razoável de sucesso profissional e de mobilidade social ascendente, encarada como mais meritocrática do que uma sociedade rígida de costumes, na qual a posição do indivíduo é imutável. Mas, estes que ganham rendimentos mais elevados, para poderem acumular poupanças e capital que podem converter em bens de riqueza, não aceitam o seu escrutínio por parte de entidades reguladoras, até porque isso nem os coloca perto da riqueza dos 1% mais ricos.
As desigualdades na distribuição da riqueza nunca tiveram chão mais fértil e favorável. Embora uma parte da sociedade se levante e proteste contra este estado de coisas, não lhe porão cobro. Os salários baixos serão para as pessoas tidas como pouco qualificadas, isto é, quem não tem uma Ordem suficientemente forte e interventiva que os defenda e promova. Será como a luta dos taxistas contra a Uber: muita parra e pouca uva. Os cães ladram e a caravana passa. Não haverá céu ... para os CEOS.
Há um momento em que as coisas já não têm arranjo ou remendo. A solução é desmoronar tudo e, a partir dos destroços, voltar a construir de novo, já com novas fundações.
ResponderEliminarEpisódio Nº 1 - Malaquite
ResponderEliminarCostumo sentar-me para almoçar, à uma mesa de dois lugares, contudo, o lugar da frente está sempre vazio. Isso possibilita-me uma visão privilegiada sobre um cenário especial. Todos os dias, entre as 12 e as 13,30 chego à sala de jantar do Kwanza Centro, um bar-restaurante situado no centro da via principal do Waku Kungo, do município da Cela. O restaurante está situado no lado esquerdo da avenida Agostinho Neto que sobe até à Administração. À sua frente abre-se outra avenida longa e larga. Não está asfaltada, tem casario de um lado e de outro e alguns armazéns e vai dar a um mercado informal muito movimentado.
E é só neste espaço de tempo, que vou escrevendo a minha estória. Pois que, toda a trama se desenrolará a partir deste lugar. Quando me levanto e pago a conta, cessa o capítulo desse dia. Quem vos vai contar a estória, são os meus olhos. O que estiverem a observar, em cada momento. À minha frente tenho duas portas que fecham uma sobre a outra. Em regra, estão sempre fechadas, sendo a entrada por uma porta lateral vinda da zona do bar. Têm cerca de 3 mts de altura, por 2 de largura. Do chão até à altura de 1,5 mts são de chapa metálica verde escuro. A partir dessa altura até acima, são de vidro. E é através desses vidros que tenho à minha frente o tal cenário especial.
Estou sentado rigorosamente na direcção central dessa avenida e portanto, posso acompanhar o ritmo da vida urbana que ali se vive. Veículos automóveis ligeiros e pesados que vão e vêm e sobretudo muitas motas que servem de táxi às pessoas que se querem deslocar de e para o mercado. Motos de 3 rodas ou triciclos com uma carroçaria de cerca de 1,7 mt por 1,5 mt, que transportam carga e passageiros de um lado para o outro. ´São assim os transportes públicos do Waku, são assim também…os táxis!
Mas, não é esta a minha estória! A minha estória tem a ver com as montanhas que estão mesmo à minha frente. Uma delas, será o tema da estória e o centro de toda a narrativa. Mas isso, será para o episódio de amanhã…
Episódio 2 – Pedras do Pungo Andongo
ResponderEliminarSeguindo a rua com o olhar, vemo-la perder-se lá ao fundo, como que indo de encontro a uma cordilheira montanhosa que tenho bem á minha frente, um pouco mais adiante. De onde me sento, até aquela cordilheira, devem distar uns 5 a 8 kms. Mas, tratando-se de alta montanha, temos a sensação que estão muito mais perto do que na realidade.
O nome da cidade do Waku Kungo, provém de dois reis antigos, que tinham os seus reinados nesta região: o rei Waku e o rei Kungo, que lutaram contra a dominação colonial portuguesa, mas tendo sido vencidos. A cidade depois ficou a denominar-se de Cela e mais tarde Santa Comba Dão, em homenagem a Oliveira Salazar, por ter mandado instalar nesta região das mais férteis de Angola , uma série de colonatos para desenvolverem actividades agrícolas e pecuárias com sucesso diga-se de passagem. A Vera Thellier é uma das pessoas que sei, conheceu bem esta realidade. Hoje estes colonatos estão entregues a empresas angolanas e sobretudo aos israelitas que exploram a maior parte da Aldeia Nova, o nome desses colonatos.
A região tem extensas planícies verdes, com alguma arborização e alguns cursos de água. Ver-se-ia a linha do horizonte, o infinito, não fora estar cercada por uma sucessão de morros, montanhas e colinas, por todos os lados, fazendo-a sentir-se encurralada por elas.
Tenho um gosto especial por montanhas. Perguntei-me muitas vezes como foi possível a natureza ali colocar aquelas massas enormes de pedras e calhaus, muitas delas, com configurações extraordinárias. Há rochedos que parecem ter sido ali colocados por alguém. Mas, observando o tamanho e a dimensão deles, logo se percebe que talvez tenha sido acção do Big Bang. Houve uma enorme explosão, a matéria espalhou-se pelo universo e veio cair no planeta terra e em alguns locais de Angola. O planalto central que vai do Huambo, Lubango, Cubal, Kibala e Waku, deve ter sido muito bombardeado por esses meteoritos, bem como as Pedras Negras do Pungo Andongo, candidatas a património da humanidade. Esta cidade, foi precisamente construída tendo como pano de fundo, uma extensa cordilheira, talvez para a proteger dos ventos húmidos que sopram do mar que, quando sobem e esfriam dão origem à elevada precipitação que se abate sobre esta terra, fazendo ser apelidada de “penico do cèu”. À noite as temperaturas descem e convidam a um casaquinho, mas nada de frios insuportáveis. Como bem sabemos, quanto mais alto é o relevo, mais fria é a temperatura. Há menos oxigênio e, ainda, há uma vegetação típica, a vegetação de altitude. Essa vegetação é semelhante à vegetação polar, com arbustos baixos, plantas rasteiras e não são terrenos para matúnduas como pretende o António Gomes. Seja qual for a posição que tomarmos, veremos sempre uma ou mais montanhas á nossa frente. Isto respondendo à uma questão suscitada pelo António Gomes.
Enquanto nos envolvemos à volta do futebol
ResponderEliminarDiscutimos jogadas, penaltis não assinalados
Falamos de política como mais um Benfica-Sporting...
Enquanto nos alheamos das contas e decisões tomadas em nosso nome, com o nosso aval, por omissão,
Enquanto olharmos para o próprio umbigo e deixamos de olhar olhos nos olhos, para os problemas da comunidade ...
Enquanto abdicamos da nossa cidadania e deixamos que a democracia resolva as nossas vidas ...
... Vão passando anos ... décadas ...séculos ... connosco a dever aos mercados que não conhecemos ... a pagar resgates de bancos nos quais não temos um centavo ... a pagar a real política que permitimos. Muitos de nós, nunca teve futuro, porque tivemos sempre um presente de miséria. Muitos de nós não terá futuro. Mas será por nossa inacção que o roubaremos também aos nossos filhos e netos ....
Deportados? (Leia-se Retornados)
ResponderEliminarO historiador pertence ao devir do que descreve. Está situado após os acontecimentos, mas na mesma evolução. A história é uma forma da consciência que uma comunidade toma de si mesma, um elemento da vida coletiva, como o conhecimento da vida coletiva, como o conhecimento de si, um espeto de consciência pessoal e coletiva, um dos fatores dos destinos individuais e coletivos. Estes, mudam com o tempo e são incapazes de se destacarem de si mesmos e dos seus objetos. O historiador busca penetrar a consciência de outrem. Observa sempre do exterior. Não pode pensar o herói ou o cobarde como estes se pensam a si mesmos, nem ver as batalhas como as veem os generais, nem compreender uma doutrina do mesmo modo que os seus criadores- Quer se trate de interpretar um ato ou uma obra, devemos reconstruí-los conceptualmente. Temos sempre que escolher entre múltiplas hipóteses e escolher as que nos pareçam mais verosímeis. Toda a atividade política se insere numa tradição e num jogo quantas vezes obscuro e secreto e pelo qual os políticos se definem. Cada nova existência transfigura a herança que recebeu, conferindo-lhe um outro provir e emprestando-lhe uma outra significação.
Alexandra Marques, portuguesa, escritora, historiadora, nunca esteve em Angola. Mas tem o sentido da história e do valor que a vida dos seus concidadãos também tem. Foi aos arquivos, rebuscou-os, colheu informações, consultas e escreveu “ Os Segredos da Descolonização da Angola”. Vamos ler este livro e depois, sempre podemos trocar aqui as nossas impressões sobre o que lá vem descrito, fazendo aí sim, o nosso julgamento particular e ou coletivo.
Os verdadeiros Reis e Rainhas
ResponderEliminarVivemos uma época de glorificações: o velho Eusébio, Rei do futebol, no passado! O Jovem Ronaldo, Rei do futebol, no presente! Este e aquele, Reis de qualquer coisa, ligada ao desporto. Um país, reconhecido em todo o mundo, como um país de guerreiros e de navegadores, hoje, as suas glórias estão assentes essencialmente, no desporto!
Não é vulgar achar em Portugal uma outra glória de outra natureza, a não ser, de um ou outro português, que se notabiliza no estrangeiro.
A Tina, era uma menina cabo-verdiana, chegada à Figueira da Foz, pela mão de uma mãe adotiva portuguesa. Não sei que idade teríamos ambos, quando nos conhecemos. O que sei é que ficamos logo amigos e eu, temido naquela altura da minha juventude, como um conquistador romântico, apaixonei-me tanto pela Tina, que ela nunca chegou a ser minha namorada mas, minha irmã!
Uma tarde de verão, passei pela gelataria onde a Tina trabalhava, que era propriedade da minha senhoria. Abeirei-me da porta e convidei: Tina, larga o trabalho e vem connosco à praia que está um dia maravilhoso! A Tina percebeu logo a provocação. Como eu insistisse com ela para vir connosco à praia, pegou num enorme facalhão e... correu pelas ruas da Figueira atrás de mim, numa correria louca. Eu fugi a bom fugir e isso foi perante o basbaque dos banhistas que naquela ocasião, assolavam à Figueira.
Nos anos decorridos entre 1976 e 1986, houve um grupo de rapazes e raparigas, homogéneo, que se constituiu na Figueira da Foz, composto pelos então refugiados do ultramar e os residentes figueirenses. Este grupo criou laços de amizade e camaradagem de tal modo intensos, que perduram ainda hoje e são recordados por todos como... muito bons tempos! Não é menos verdade que em todas as épocas são constituídos grupos de amigos análogos.